sábado, 22 de janeiro de 2011

-Uma consulta Freudiana

Eu parei de ser a boazinha bonita que aceita cada palavra dita. Eu deixei de ser aquilo que todos os homens adoram, a tal da mulher sonsa.Eu tentei ser feliz assim fingindo falsos sorrisos enquanto meu coração queria mandar todo mundo tomar no cú. Ops, a mulher sonsa jamais fala palavrão mas hoje, ontem e sei lá até quando eu me libertei. As vezes escapa, sabe como é. Freud adoraria me conhecer, tenho certeza de que escreveria, no minimo, um artigo sobre as minhas angústias e sinceridade excessiva.  Eu sentaria no divã, respiraria fundo e conseguiria ver o ar de satisfação nos olhos dele só por ter encontrado em mim mais da metade dos medos, fúrias, ansias e desejos que um ser humano em sã consciencia pode ter.
Eu repetia como um mantra de que tudo aquilo não era verdade, mesmo que ela estava batendo na minha cara e me sacudindo para eu acordar para toda aquela felicidade falsa. Não, eu não ouvi nada. Não, eu não vi nada. Não, eu não fui lá de pijama e chinelo em um momento de Freud-desespero-superego em que minhas mãos tremiam de frio, medo e um pouco de raiva. Naquele momento senti que algo lá no fundo dos meus sonhos foi se evaporando e virou a neblina em meio a tanta fumaça e gente feliz. Eu não me perguntava mais o por que de tudo aquilo, eu simplesmente aceitei que ter criado uma falsa expectativa só me tornou mais forte e madura. Sim, minha psi sentiria orgulho de mim por não ter gritado e nem ter saido do carro.A gente sabe quando evolui no momento em que as possiveis atitudes viram palavras e eu não quero mais saber de nada. Quero manter, mesmo que só as cinzas, todos os sonhos e loucuras de apenas ter o que todo mundo terá um dia. Um amor, um cantinho e uma vidinha bem igual as dos filminhos bestas que eu cresci assistindo. Nunca, um semaforo demorou tanto para abrir, era uma eternidade enquanto eu só me perguntava o motivo pelo qual eu levantei da minha cama quente, aconchegante, limpa e de verdade. E Freud me pergunta como está tudo aqui dentro, e eu digo, que está igual e ele diz que já sabia, praticamente um monólogo. Eu tomo um café e conto pra ele que quero ser escritora e ter uma casa bem bonita e cheirosa mas quero que só as pessoas com muito amor no coração e bondade podem entrar. Ele sorri ironico e diz que viverei sozinha. Me levanto, deixo a xicara em cima da mesa bem gasta de tantos cafés deixados, coloco uma roupa bonita e vou trabalhar. Entro novamente no meu carro, arrumo o retrovisor e só olho para frente. O dia já amanheceu e as verdades batem na minha cara, acorda sua trouxa!

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